Humildade e O Dia em Que me Esqueci Dela
Eu costumava ser mais sensível. Costuma ser humilde. E dar valor. Porque dantes não tinha o que tenho hoje.
Vamos imaginar que o que tenho hoje está dentro de uma caixa.
Eu sempre quis ter a caixa. Ansiava por isso e entristecia-me não a ter. Mas eu sonhava.
E um dia, ela chegou. Sem aviso, nem pedidos. E eu fiquei tão feliz. Porque ELA TINHA CHEGADO! E ela passou a estar sempre comigo.Todos os dias. Mesmo quando eu estava nos meus piores dias. Mesmo quando eu não merecia. E eu estava tão agradecida por isso. Era uma caixa persistente.
Mas eu comecei a olhar para as caixas de todos os outros. Eram maiores, com menos falhas. A minha tinha alguns furos, estava sem cor. Não era perfeita. E isso fazia-me duvidar se a minha caixa era suficiente. Mas não podia pensar assim. Tinha de continuar agradecida. E eu continuei.
Sempre a pensar nas outras caixas, fui-me esquecendo do respeito, do carinho, do esforço que eu tinha de ter por aquela caixa. Eu tinha de cuidar dela. De lhe dar valor. Mas eu sabia que havia melhor e não me contentava com a minha.
E ela foi desaparecendo aos poucos. E eu que olhava para as outras caixas, nem me apercebia.
Até que, certo dia, desapareceu de vez. E ficou frio. E ficou assustador. Porque fiquei sozinha. Senti o que nunca tinha sentido. Foi pior do que antes de a ter, porque nessa altura, eu tinha esperança. O que senti dessa vez foi desespero, medo. Desilusão comigo mesma.
Como pude tomá-la como garantida? Como pude achar que não era eu que estava sem cor, com furos, e que havia tantas mais pessoas a quem a caixa pudesse ter ido ter, em vez de mim?
Como não pude ver que a caixa era perfeitamente imperfeita simplesmente por estar lá comigo, simplesmente por me ter escolhido, por me ter feito tão feliz como nunca me tinha apercebido que era?
Quando vi que a perdera senti que me tinham arrancado algo. Algo que eu já nem sabia que tinha, de tão familiar que era, mas com a qual eu já não sabia viver sem.
Então acordei. De um sono impercetível que já durava há meses.
E decidi que ia ser a minha vez de lutar pela caixa, como ela durante tanto tempo, lutara por mim.
Baixar a cabeça, descer da minha altivez, do meu ego, do meu orgulho e retomar a HUMILDADE que perdera durante o caminho.
E talvez, só talvez, recuperar a caixa. Aquela caixa.
Vamos imaginar que o que tenho hoje está dentro de uma caixa.
Eu sempre quis ter a caixa. Ansiava por isso e entristecia-me não a ter. Mas eu sonhava.
E um dia, ela chegou. Sem aviso, nem pedidos. E eu fiquei tão feliz. Porque ELA TINHA CHEGADO! E ela passou a estar sempre comigo.Todos os dias. Mesmo quando eu estava nos meus piores dias. Mesmo quando eu não merecia. E eu estava tão agradecida por isso. Era uma caixa persistente.
Mas eu comecei a olhar para as caixas de todos os outros. Eram maiores, com menos falhas. A minha tinha alguns furos, estava sem cor. Não era perfeita. E isso fazia-me duvidar se a minha caixa era suficiente. Mas não podia pensar assim. Tinha de continuar agradecida. E eu continuei.
Sempre a pensar nas outras caixas, fui-me esquecendo do respeito, do carinho, do esforço que eu tinha de ter por aquela caixa. Eu tinha de cuidar dela. De lhe dar valor. Mas eu sabia que havia melhor e não me contentava com a minha.
E ela foi desaparecendo aos poucos. E eu que olhava para as outras caixas, nem me apercebia.
Até que, certo dia, desapareceu de vez. E ficou frio. E ficou assustador. Porque fiquei sozinha. Senti o que nunca tinha sentido. Foi pior do que antes de a ter, porque nessa altura, eu tinha esperança. O que senti dessa vez foi desespero, medo. Desilusão comigo mesma.
Como pude tomá-la como garantida? Como pude achar que não era eu que estava sem cor, com furos, e que havia tantas mais pessoas a quem a caixa pudesse ter ido ter, em vez de mim?
Como não pude ver que a caixa era perfeitamente imperfeita simplesmente por estar lá comigo, simplesmente por me ter escolhido, por me ter feito tão feliz como nunca me tinha apercebido que era?
Quando vi que a perdera senti que me tinham arrancado algo. Algo que eu já nem sabia que tinha, de tão familiar que era, mas com a qual eu já não sabia viver sem.
Então acordei. De um sono impercetível que já durava há meses.
E decidi que ia ser a minha vez de lutar pela caixa, como ela durante tanto tempo, lutara por mim.
Baixar a cabeça, descer da minha altivez, do meu ego, do meu orgulho e retomar a HUMILDADE que perdera durante o caminho.
E talvez, só talvez, recuperar a caixa. Aquela caixa.

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